sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Amores de alguém diferente? Acho que não...

   

Estava eu ouvindo um pouco de Oasis e lembre do meu primeiro amor que ocorreu aos 7 anos de idade. Acho que com 7 anos eu só tinha duas paixões: assistir Tartarugas ninjas e Lucy. Lucy era uma garota que morava em frente a minha casa, a janela de seu quarto dava com a janela do meu quarto e eu passava as vezes noites vendo aquela menina de cabelos loiros se pentear. Eu na verdade nunca senti nada por ela até então mas me veio um dia uma vontade de estar perto dela muito grande e quando descobri que meu amigo do lado também gostava dela pus uma meta na cabeça, ter Lucy como minha namorada. Eu na verdade não tinha uma nem ideia de como namorar, achava que pegar na mão e de ouvir ela dizer "eu gosto de você tbm" já era um avanço na humanidade e tanto ( descobri o que namorados faziam aos 10).


   Lembro que até brincar de casinha eu brincava para estar ao lado de Lucy, o som de sua voz rouca e o brilho de seus cabelos loiros era algo incrível para mim, meu coração acelerava como se estivesse me balançando em uma rede a toda velocidade, minhas mãos suavam como se eu estivesse com as mãos no bolso em uma tarde quente de verão, eu me tremia as vezes como se estivesse vendo a cara de um cobrador na porta de minha casa. Era algo novo e bom mas... o sentimento dela não era recíproco e dai aprendi o que era amor platônico.
 Por incrível que pareça o meu sofrimento infantil de amor durou menos de uma semana com apenas um comentário feito pela irmã da mesma que disse me achar muito lindinho, isso me deu um novo rumo e assim passei a gostar de sua irmã. Namorávamos via bilhetinho que eram entregues pela minha irmã ou pela irmã dela e isso durou um tempo até razoável e acabou quando uma garota de minha escola (bem mais velha que eu) queria me namorar.



 Essa era bem atirada, já sabia das coisas e pra onde direcionar uma minhoquinha caso ela saísse da latinha antes de virar isca. Não me lembro o nome dela mas lembro que acabamos com a mesma velocidade que começamos a namorar e assim tive que me mudar e deixar todo o meu descobrimento de amor em Cruz.

Com isso fui para Paramoti. Nessa cidade eu já estava pesando mais que um rinoceronte na menopausa (sim, eu fui magro como um palito de cutucar ouvido depois do almoço) e em poucos meses me apaixonei por Eliane. Eliane era uma super-garota, simpática, com uma voz tão doce que derrubava até o maior dos gigantes com apenas um "oi" dado por ela, morena e super-amigona mesmo ela conquistou meu coração em fração de alguns olhares. Engraçado é que.... ela tinha namorado (que por sinal era meu amigo de infância (desde os tempos de frauda) e com isso nunca consegui nem ao menos dizer que gostava dela pois em um ano fui para URUBURETAMA.


Em Uruburetama cheguei mais perdido que fiofó em suruba. Não conhecia ninguém e me achava muito ruim pra arrumar amigos e por esse motivo minha avó arrumou pra mim. Ela viu dois carinhas andando na calçada e disse - Ei tem um menino ali jogando video-game, apareçam lá e puxem uma conversa com ele.

Fiz amizade com um deles no qual ia muito a minha casa para desenhar e conversar de coisas triviais (detalhe é que esse mesmo cidadão ainda é meu amigo) e nesse tempo eu iria fazer minha a 6° série. Foi uma série conturbada porque eu era muito caladão e passava maioria do tempo desenhando e calado na hora do recreio mas ocorreu então uma comemoração do colégio onde todos tinham que ir e assim conheci... Gabriela.

Minha história com Gabriela foi a mais longa e difícil de explicar. A conheci nesse encontro e em menos de um ano estava estudando com ela na mesma sala, nem acreditei que estava eu na mesma sala que ela. A garota sardenta que usava óculos e tinha os cabelos loiros como a camada mais fina de uma armadura de ouro de um cavaleiro estava enfim na mesma sala que eu. Não lembro com exatidão o que aconteceu mas nesse mesmo ano ela parou de falar comigo por algo que eu não fiz e que caiu em minhas costas, lembro que ela ficou uma arara comigo e que disse nunca mais querer olhar na minha cara. Pode isso? Eu rezava para todos os Deuses dos desenhos animados para que ela estudasse comigo e quando isso finalmente acontece ela fica com raiva de mim por algo que eu não fiz?



 Coloquei então uma coisa na cabeça depois desde dia, eu iria ser o mais chamativo, o mais louco, o mais extravagante, o mais ousado rapaz que ela conheceria e com isso eu deixei o cara que sofria bullying de lado e passei a fazer bullying com quem fazia bullying (combo de 3 hits).
  Fazia imitações, careta, charges de professores, cantava na sala de aula, queimava provas, ia pra diretoria por um motivo apenas... ser notado por ela, não sei se ela me notava mas eu me esforçava e muito pra isso.


Depois de muita estripulias e danações finalmente me declarei a ela por meio de uma cartinha, nunca entendi até hoje porque demorei tanto tempo pra dizer isso já que não era um cara comportado demais, passei exatamente 6 anos para poder expressar isso a ela e ainda não diretamente, no fundo acho que ela já sabia.
Infelizmente não fiquei com ela pois acabei namorando outra menina e com isso não pude ir mais atrás dela (embora no meu coração eu ainda gostasse muito dela).

Com essa namorada eu fiquei 6 meses já que fui embora para Fortaleza estudar animação e tentar fazer alguma faculdade. No colégio fazendo o 2° ano do ensino médio conheci aquela que viria a ser a maior referencia para minha vida, Alessandra.

Conheci Alessandra em uma viagem de turma para Guaramiranga, a turma dela ia junto da minha. Nunca trocamos um olhar, nem nunca conversamos mas naquele dia tinha que acontecer o que aconteceu. Ao chegarmos na frienta cidade uma garota comoveu todo o ônibus em busca de sua chinela que havia se perdido dentro do mesmo e em pouco tempo estava eu, ela e um grupo pequeno de amigos subindo a alta montanha para apenas ver uma torre de telefone da Oi e uma paisagem inimaginável. Subi usando umas 2 camisas grossas e levando uma garrafa grande de água na qual eu tive que dividir com ela e seu grupo de amigos. Ao descermos tivemos a grande surpresa que o cabeça de jegue do motorista havia estacionado o ônibus em um barranco de lama e por esse motivo estava atolado.


  Não sei se algum leitor pensou o que eu acabei de pensar ao escrever isso "como um grupo de adolescentes no meio de uma serra sem nada iria desatolar esse bendito ônibus?". Resposta, não desatolamos. Todo mundo metido a Hulk tentou empurrar mais o monstro oco não saiu nem do canto. Com isso não lembro como alguém comentou que eu sabia desenhar e dai todos com cara de "oba, arrumamos o que fazer enquanto esperamos o gancho. Vamos aperriá o desenhista!" e foi o que fizeram.

   Um monte de gente me pedindo pra desenhar suas caricaturas (de grátis) enquanto o ônibus esperava o guincho. E lá se foi o desenhista que não sabia dizer não desenhar aquela ruma de gente, só que no entre aqueles populares havia a garota que havia perdido sua chinela, que havia subido a serra junto comigo e um grupo de amigo e que agora queria ser desenhada tbm. E por que não? Fiz então um desenho dela com o rosto de Joey Ramone e percebi logo de cara que ela não gostou. Depois de enfim o ônibus desatolar, irmos almoçar as 5 da tarde e sabermos que o ônibus havia dado o prego as 6 da noite, fomos esperar o conserto desde bendito ônibus no meio da estrada, passado assim algumas horas, algumas histórias de terror e algumas perguntas a respeito do desenho que eu havia feito enfim íamos embora.

Confesso que o parágrafo de cima foi meio conturbado e bem rápido, mas ele será necessário para o desenrolar desse capítulo.

 Dentro do ônibus, Alessandra sentou junto a mim e fomos então conversando sobre coisas triviais e o por que eu havia feito ela daquele jeito, no meio disso o ônibus deu prego mais uma vez descendo de uma ladeira e faltou resposta apagando todas as luzes e então o ônibus ficou descendo em uma velocidade razoável na banguela. Meu coração pulou e a primeira coisa que pensei foi em agarrar alguma coisa que estivesse por perto,,,, adivinha no que eu agarrei? Sim, em Alessandra. Depois dessa viagem traumática algumas semanas depois percebi Alessandra com um brilho grande em seu olhos toda vez que me via, confesso que eu começava a sentir medo dela pois nunca alguém havia gostado de mim daquela forma sem eu ir atrás. Depois de muitos jogos de xadrez, algumas idas até a sua casa eis que escuto o que eu nunca havia ouvido antes:
- Tenho que te fazer duas perguntas. A segunda só será feita dependendo da resposta da primeira. A primeira é: Quer ficar comigo? (eu fiquei calado e tremendo mais que vara verde) A segunda é: Quer me dar um beijo agora? (eu nem me mexia mais e meu coração já tinha saído pelos ouvidos e dado um alô). Ela então pulou em cima de mim e me beijou.

 
 Pensava eu que esse namoro não ia pra frente e que duraria no máximo uns 3 meses.... estamos juntos a 10 anos e acho eu que ainda tem muita história pela frente. Confesso que aquele medo se tornou o amor verdadeiro, embora eu tenha gostado de uma outra pessoa nesse tempo e ter dado um pausa na nossa vida, nunca vi esse tempo conturbado como algo ruim e sim como algo bom que me fez ver que a felicidade as vezes está na sua mão e que vc não percebe porque acha que ela está nas ruas e quando vc vê que nada daquilo tem sentido sem aquele amor que vc tem nas mãos as vezes é tarde e não há retorno. Pra mim houve um, aos tranco e barrancos mais houve.



Errar é humano, perdoar é divino e aprender com o erro é crescer.

Bem, é isso. Tinha que dividir essa história no blog já que as vezes as pessoas me vêem como um cara que sem sentimentos, apenas doido. Todo doido tem sentimentos, estranhos, anormais mais há um ali no peito.

Sére a todos e até  próxima.