terça-feira, 13 de março de 2012

Amigo é coisa pra se guardar em algum lugar do universo



 Nesses últimos anos, lembro de um ensinamento ouvido por mim da boca de uma pessoa que eu muito prezo que dizia que "os amigos são presentes de Deus para que a vida se torne um pouco mais fácil". Essa frase dita no momento certo tem um efeito tão forte quanto o de um laxante tomado no momento em que se tem uma dor de barriga (sim, vc irá colocar o que te faz mal pra fora e também suas tripas).

 
 A coisa que mais me trás lembranças boas são os bons momentos passados ao lado dos meu amigos ( e não me refiro apenas a homens, mulheres tbm). Aos 3 anos de idade morava eu em Paramoti, terra da família de meu pai e digo que as poucas lembranças que tenho desse tempo são os tempos de brincadeira com um amigo que morava em frente a minha casa. Lembro que brincava de bebê a bordo, onde subíamos em um parapeito e e pulávamos até cair no chão imitando cegonhas baleadas, uma brincadeira meio imbecil do ponto de vista de muitos mas muito divertida na época.

  Estava pensando em narrar os acontecimentos dos 6 anos até os 20, mas isso tomaria demais o seu tempo que  com certeza pensaria "olha o tamanho dessa porra, vou ler não, tô com preguiça" e iria ler seus posts em facebook e twitter, por isso vamos encurtar até o clímax da história.


Aos 10 anos fui morar em Cruz (cidadezinha do interior do Ceará, não falo do simbolo sagrado) onde lá fiz um amigo muito querido por mim chamado Wesley. Wesley era mais velho do que eu tendo os seus 13 anos mais com um porte físico de 15 embora meio rude algumas vezes com os outros amigos e pelo seu gênio forte, era um fanfarrão que adorava conversar comigo sobre Cavaleiros do Zodíaco, Doug e músicas de Julio Iglesias (do qual ele era fã incondicional). Como sempre fui um perna bamba para brigas, Wesley me defendia batendo nos grandões e passando ordens para nunca triscarem um dedinho em mim. Foi uma fase muito boa onde eu percebi pela primeira vez o sentido da palavra amigo.

  Aos 12 anos, ainda morando em Cruz aconteceu uma fatalidade em minha vida (não estou escrevendo essa parte da história para causar tristezas e sentimentos de "oh meu Deus, coitado" mas será necessário contar isso), minha irmã de 11 anos no tempo de suas férias de meio de ano morreu afogada em um rio da cidade, lembro que nunca havia sentido tamanha dor em minha vida. Devido esta situação minha avó decidiu se mudar daquela cidade, Wesley no tempo em que eu estava triste chorava pela perda de minha irmã (da qual ele gostava tbm), ele me deu uma grande força de amigo mesmo e em pouco tempo estava eu indo embora rumo a Paramoti novamente.

 Irei pular essa fase de Paramoti, já que não tive muitas lembranças boas com amigos lá (embora tenha feito alguns muito bons e até tenha me apaixonado por Eliane) deixando apenas a informação que passei apenas um ano nessa cidade e engordei tanto que parecia o um mamute, e foi ai que fui para a malucolândia do Brasil, Uruburetama.


  Chegando em Uruburetama, passei alguns meses em minha casa, a única coisa que conhecia da cidade era as casas em frente a minha. Passava horas e horas jogando vídeo-game e desenhando e foi em uma tarde que minha avó vendo dois molequinhos andando na rua disse "- Ei, apareçam ali naquela janela que tem um mamutizinho jogando vídeo-game, vão lá fazer amizade com ele (ela nem imaginou que eles poderiam ser 2 mini-traficantes de drogas) (o comentário anterior foi uma piada). Os molequinhos eram Thiago Coelho e seu primo que sempre iam (Thiago ia) desenhar e jogar conversa fora, ele foi um dos meus primeiros amigos naquela cidade que viria a ser palco das minhas maiores loucuras de adolescente e juventude.

 Pouco tempo depois conheci George (sim, o agente George do Urubutrix), lembro que não tinha uma boa impressão dele no inicio, embora ele tenha me mostrado ser gente boa, foi por meio dele que conheci Carlos Capelinha e Davi Sales (Capela e Davigorn). Esses foram os cúmplices para as maiores frescuras, farras e o que se possa imaginar de mim naquela cidade. Em pouco tempo conheci o irmão de Davi e dai conheci uma coisa que me deixava mais ligado que Red Bull, mais alegre que filme da Silvia Saint, mais saltitante que o pula-pula do Gugu eu conheci o Black Sabbath.


  Sentia que dali por diante o meu comportamento iria mudar e eu nunca mais seria o bezerro desmamado e dali por diante deixaria as camisas de botão, shorts curtos e sandálias rider e trocaria por uma camiseta preta, um calção tão grande que caberiam dois Fernalfs dentro e uma chinela.Conheci nesse meio tempo Glaydstone, uma pessoa muito batuta e que já me salvou de um quase afogamento (lá na frente eu conto isso) e começamos então a traçar a meta de se criar uma banda, mas como se apenas Davi era músico?
 Capela e eu tínhamos aula de violão, mas logo eu deixei devido meus dedos não se adaptarem a fazer notas onde eles teriam que ficar muito separados, Capela continuou e em pouco tempo foi fundada a Cactroz onde tinha Davi na guitarra, Capela no baixo, Glaydstone na bateria e Fernalf nos vocais.


  Cactroz foi o nome de uma música, escrita por Davi que relatava a ida de uma pessoa a um reino novo e desconhecido, lá ele encontrava um cavaleiro que tinha uma missão de matar um dragão, embora simples essa música era perfeita quando era tocada por nós e em pouco tempo escrevi mulher de papel (segundo hit). Em mulher de papel era relatado a fixação de um rapaz por uma acompanhante de jornal na qual ele colecionava os anúncios dela ( sim, o rapaz era eu e a acompanhante era Deborah Soft).


  Fazíamos pequenos shows na cidade tocando cover do sabbath, ozzy e músicas autorais (duas na verdade) e lembro que era bem difícil se tocar rock para um público que nos via como doidos e adoradores do diabo. Um publico que só ouvia forró, pagode e Legião Urbana mas mesmo assim tínhamos um pequeno público fiel.

  Depois dessa fase da banda, tive que vir morar em Fortaleza com o aquele sonho de ser animador e blá blá blá e aquelas coisas que todo mundo sabe, foi em Fortaleza que reforcei minha amizade com duas pessoas que eram apenas companheiros de conversa, Db e David. Esses sãos meus compadres até hoje e é sempre divertido revê-los.


  Arrumávamos quase que todo final de semana alguma coisa para fazer. Ida a boates, madrugadas em RPG, bebedeiras em bar até tarde, filmes até o outro dia e etc. Fica muito difícil relatar aqui todos os momentos bons que passei ao lado desses caras, pra isso seria necessário um livro mais grosso que a bíblia e com mais palavras que o dicionário para descrever. Prefiro comentar em futuros posts algumas das melhores lembranças.


Hoje minhas pokebolas da amizade estão super lotadas por pessoas que são super-hiper-mega-tex avery-ultra- especiais para mim. Colegas de trabalho que se tornarão irmãos, colegas de viagens a Juazeiro que se mostrarão amigos mesmo e que terão sempre o meu carinho e total respeito, colegas de escola que se tornarão tão importantes pra mim que hoje fazem falta conversa com ele sobre a experiência do Vidal com água, óleo e gasolina por estar em outro estado super bem e feliz casado com outra grande amiga.

Amigos vem mas nunca se vão, pois amigos de verdade serão sempre mais difícil de ir do que aquela visita indesejada na sua casa (óbvio que eles sempre serão bem vindos). Nossa vida não é fácil, mas graças aos amigos ela se torna mais fácil suporta-lá (viu como aquelas palavras sempre fazem sentido?). Abração e até a próxima postagem.




Não esqueça de comentar, deixar uma esculhambação, uma fase que vc queria que eu contasse (embora louca mas não tão interessante para alguns) da minha infância, sei lá, um pedido de casamento, de namoro de qualquer coisa (menos cobrança por isso eu já leio e escuto todo dia) mas escreva alguma coisa.

SÉRE

5 comentários:

  1. Conta como foi o desenrolar do pedido de casamento, foi tu ou ela?

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  2. Muito massa Fernalf. Me emocionei. De verdade!

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  3. massa cara tu fez a tua parte para promover o rock. queira eu ser rodeada de gente tão boa mas não desisto a missão de todo headbanger é promover o metal e vamos promove-lo mostrar q a cultura otaku não é uma infantilidade mas sim um estilo de vida vlw bichão

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  4. Gostei muito da sua postagem, vejo vc crescendo Fernalf na sua escrita e prendendo a atenção para quem quer que seja, gosto muito desse seu lado sincero e amigo de todas as pessoas(pena que nem sempre vc encontre gente amiga), mas espero que sua loucura seja passada a todas as pessoas que te lêem e elas possam pegar um pouco dessa loucura chamada amizade. Bjz

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  5. Cara, muito bom, emocionante!
    Lição de vida ter amigos tão fieis a vida toda
    Assim como tenho tbm..

    Mto bom teu blog..

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