sábado, 31 de março de 2012

BULLYING

 


Nesses últimos meses não se fala outra coisa a não ser sobre bullying e o anal da Sandy. Todo ex-estudante ou ainda estudante sofreu isso. Apelidos, vítimas de socos de alunos mais velhos e essas desgraças todas são o forte do bullying e comigo não era diferente.  Tentarei narrar aqui algumas dessas situações que isso aconteceu comigo e no que isso moldou minha personalidade.

Para aqueles que não conhecem vejamos no dicionário o seu significado:

  Bullying: (do inglês bully, tiranete ou valentão) é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder. Também conhecido como Frescar, Arrengar, Aperriár, Fulerar, Bulir e Insultar.

Sempre fui uma pessoa muito espontânea, fazia amigos em sala com a velocidade de um pé de vento (não sei porque sei esse exemplo), minha habilidade de desenhar e e falar muito atraia muitas pessoas ao meu redor na sala desde os maiores até os menores mais as fase ruim começou na sexta serie.

   Fiz minha sexta serie em Uruburetama e quando cheguei ao primeiro dia de aula fiquei calado, sentado no fundão (coisa que não fazia nas series passadas), pois os alunos maiores com cara de "já tenho 11 filhos e tô procurando agora uma ganga" me deixava um pouco amedrontado. Resolvi então ficar calado, e sentado no meu lugar desenhando.


   Infelizmente e para minha tristeza, naquele ano em que fiz a sexta serie foi o ano em que engordei muito (sim, parecia uma marmota) e logo recebi o apelido carinhoso de Jamanta (retarda de uma novela que passava na época), orelha de bacia (devido as longas orelhas que tenho) e Topogijo (não sei como escreve o nome desse cão). E falavam comigo esses apelidos sem eu nem mesmo trocar uma palavra com eles, meu caderno repleto de desenhos eram rasgados (o que me fazia chorar muito em sala). Sentia muita raiva em ir a aula pois  odiava aquele lugar, pra piorar iam poucos professores pois o professor era uma tv (sim, minha sexta serie era ensino via tv). Logo ao chegar próximo do fim do ano, fiz algumas amizades em sala (principalmente meninas) e alguns caras de sala mas ai aconteceu de meu circulo de amizade fora escola aumentar e comecei a ser amigos dos rockeiros da cidade (não por fazerem rock, mas por gostarem muito).

   Logo o cara que sofria bullying deu lugar ao cara que fazia bullying. "Opa, como assim? " você deve estar pensando. Eu fazia bullying com quem fazia bullying, igual a um Dexter, só que ao invés de matar alguém eu colocava apelidos. Apelidos tão bons que até se transformavam em nome das pessoas, lembrei de alguns:
Cirilo (preciso dizer o motivo?), rei do kisuco (sempre que ia visitar essa pessoa, era servido kisuco em sua cas), socó (canela seca), boca de bodó(era um carinha que era cabeçudo e tinha boca grande), mariposa (um que dizia que não tinhas as ferramentas, mas tinha) , rodinha (esse ganhou esse apelido mas não fazia bullying, e apenas comentei de seu penteado que parecia uma rodinha), fussura (um cara que falava cuspindo), tutano (um que tinha uma espinha carnal na cara), Boca mole (uma menina que tirava onda com todo mundo na cidade e que foi tentar faze os outros rirem as minhas custas em um locadora e acabou ganhando esse).



   Assim me tornei o aluno mais danado do colégio (essa história embora verdade, não é um exemplo a se seguido (a não ser que vc sofra bullying)), era o único aluno que fazia amizade com as merendeiras só pra poder ganhar merenda na hora do recreio (a merenda era destina a alunos da segunda a quarta serie), jogava caderno dos outros no ventilador do teto, a vítima se gabava muito de ser o cara mais rico da cidade, embora fosse um cara gente boa as vezes outras era um verdadeiro otário a ponto de dizer pra mim "vai la pro outro lado da rua quando tiver andando com a gente", nunca esqueci dessas palavras e por isso me vingava no seu caderno. Tanto que chegou ao ponto dele ir com cadernos reciclados de 50 centavos e sem tarefa nenhuma por não ter um caderno que durasse mais de 24 horas.

   No primeiro ano, foi o melhor, amigos de longas datas e uma sala repleta de gente boa (gente como Vitomir, Vidal eram o forte da sala) mas as danações continuavam. Lembro que cheguei a levar um cachorro Fila (o meu) e Vitomir levou o seu causando assim um belo monte de bosta no salão principal do colégio, pulei muro de escola (não para sair e sim para entrar), contava piadas bestas na logo depois do hino para ser vaiado (isso toda manhã) e já toquei com a banda em apresentações da escola, dar as respostas da prova errada só pra rir no dia do resultado.



   O bullying se foi, o cara que chorava por desenhos rasgados e por apelidos pesados deu lugar a um cara que não se queima por apelido nenhum e que ganha um e dá três. Embora alguns contra-tempos nessa época, sinto muita saudades desse tempo. Um tempo onde vi que a rebeldia tinha o seu lugar (depois do tempo de escola, ser rebelde é não crescer) e que me fez ver que amizade, respeito e união dentro do colégio facilita muito no aprendizado de todos. Embora nunca tenha repetido um ano sequer, minha sexta serie foi bem ruim pro meu aprendizado o que acarretou em um atraso significante na sétima serie (principalmente o ódio por matemática).


    Por hoje é só, se tiver gostado ou tive alguma sugestão de futuros posts comentem ai embaixo.

Sére

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